sexta-feira, 6 de abril de 2018

Dia Mundial da Doença de Parkinson: Há 20 anos, Fox luta abertamente


Já faz mais de 200 anos que o médico inglês James Parkinson publicou um artigo pioneiro sobre a doença que leva seu nome. Foi a primeira vez que alguém descreveu detalhadamente o mecanismo da enfermidade. Sua obra, An essay on the shaking palsy, é um marco tão importante que o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson é comemorado todo 11 de abril, em homenagem ao seu aniversário. No Brasil, o Dia Nacional do Parkinsoniano é celebrado anualmente em 4 de abril.

A Doença de Parkinson (DP) é neurodegenerativa e não tem cura. É causada pela falta de dopamina, neurotransmissor responsável, entre outras funções, pelo controle dos movimentos, pela memória e pela “sensação de prazer”. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, 1% da população acima de 65 anos de idade tem a doença. No Brasil, a estimativa é de que ela acometa 200 mil pessoas. Apesar de começar a se manifestar majoritariamente por volta dos 50 anos, há casos raríssimos de pacientes diagnosticados antes dos 20.

Como sabemos, o ator Michael J. Fox de 56 anos, nosso eterno Marty McFly de Back to the Future, revelou ter a doença em 1998, quando tinha apenas 36 anos! Em outras palavras, fazem 20 anos que Fox vem enfrentando abertamente ao mundo essa situação mega complicada, porém com um otimismo inigualável. 

Michael recentemente disse que o Parkinson continua lhe arrancando risadas por conta dos sintomas: "A verdade é que tem dias em que eu não paro de rir dos meus próprios sintomas. Por exemplo: certa manhã, eu fui até a cozinha. Decidi pegar um pouco de café para mim e para Tracy (a atriz Tracy Pollan, sua mulher desde 1988). Já rolou um problema. Seguro a xícara e ela pergunta: 'Quer que eu te ajude, querido?'. 'Ah, eu consigo!', respondi. Então, comecei essa jornada para atravessar a cozinha. Começou bem mal e ficou pior. Aquele monte de café quente caindo nas minhas mãos, no chão...", completou.


Ele disse que a esposa insistiu em ajudá-lo, mas ele não se rendeu. "Claro que, quando cheguei até a mesa, a xícara dela estava vazia. 'Aqui está seu café, querida'", relembra ele, bem-humorado sobre o distúrbio do sistema nervoso central que afeta o movimento, gerando tremores. 

"Eu fico imaginando as pessoas me olhando e pensando: 'Ah, tadinho do Michael. Nem consegue pegar seu próprio café'. Você lida com uma condição e com o modo com o qual as pessoas lidam com a sua condição em si. Foi fácil para mim me acostumar com o jeito que as pessoas me olham e ver o medo delas refletido. Como eu lido com o que sinto e com a projeção das pessoas sempre pareceu algo engraçado."

O tom de Fox fica sério quando ele relembra seu encontro, logo após ser diagnosticado, com o ex-boxeador Muhammad Ali. "'Ahh, Michael, agora que você e eu estamos nessa, vamos vencer esta luta'. O que eu poderia dizer? Diante de Muhammad Ali, aquele gigante. E eu sabia mais do que ele sobre o Parkinson [que não tem cura]. Eu quase comecei a chorar", disse Fox. Ali, morto em junho de 2016, conviveu com o Mal de Parkinson por nada menos que 32 anos.


Na verdade, desde 1990, durante a rodagem do filme Doc Hollywood surgiram os primeiros tremores. “O primeiro sintoma que tive foi em novembro de 1990. Tinha o dedo mindinho dormente”, explicou o ator ao canal Biography sobre o momento em que percebeu que algo de errado se passava.

Após consultar um médico, não queria acreditar no diagnóstico: apenas com 29 anos tinha-lhe sido diagnosticada a doença de Parkinson. “Eu pensei que eles estavam loucos. Não só por ser novo mas porque tinha uma vida ótima. Pensei que se tratava de um erro. Mas depois de procurar uma segunda e terceira opiniões percebi que era verdade”, afirmou durante uma entrevista concedida à estação televisiva CNN em 2010.

Apesar de ter continuado a trabalhar, a verdade é que os primeiros anos não foram fáceis para o jovem ator. Após passar por um longo período de negação e optar por ocultar a doença dos amigos e colegas de profissão, procurou refúgio no álcool. “A minha primeira reação foi começar a beber excessivamente. Antes costumava beber para celebrar e agora estava a beber sozinho. Todos os dias”, disse a propósito desse período da sua vida que foi vencido com a ajuda da mulher, psicoterapia e do programa de tratamento e recuperação Alcoólicos Anônimos.

Parte das consequências de revelar a publico o Parkinson, ocorreu em 2000, quando Fox anunciou que abandonaria seu papel principal na série Spin City, onde um novo personagem principal surgiu sendo ocupado por Charlie Sheen. Na época ele dizia que precisava de um tempo longe das câmaras para se dedicar totalmente à sua doença. "Eu tenho muito orgulho de Spin City. Mas acho que meu tempo e minha energia neste momento devem ser gastos com a minha família e na batalha pela cura dessa doença. O fato de eu sair do seriado, no entanto, não quer dizer que eu esteja me aposentando como ator, produtor e diretor. Eu só preciso me afastar um pouco do ritmo alucinado de uma produção semanal"

Sendo assim, Fox passou a se dedicar de corpo e alma à “The Michael J. Fox Foundation for Parkinson’s Research”, uma organização não lucrativa cujo objetivo é encontrar uma cura e ajudar as vítimas da Doença de Parkinson (e outras doenças debilitantes) que ele encara como uma dádiva, uma vez que o ajudou a tornar-se "numa pessoa com mais compaixão, mais curiosa e que arrisca mais".

"Toda a gente tem a sua versão e experiencia a doença de maneira diferente. Certos fármacos funcionam de maneira diferente em cada pessoa e outros não funcionam. É importante encontrar o cocktail perfeito e acho que consegui", falou durante o talk-show Ellen a propósito da doença.

Ao longo dos últimos anos, a The Michael J. Fox Foundation for Parkinson’s Research se definiu como “a maior fundação não lucrativa a nível mundial focada no desenvolvimento de um medicamento para o Parkinson”, onde já investiram 660 milhões de euros na investigação da doença. Por tanto, você também pode fazer agora uma doação para ajudar essa entidade.

Apesar das limitações físicas da doença, Michael J. Fox explica que graças à medicação consegue levar uma vida perfeitamente normal. Joga golf, hóquei, toca guitarra, atua em pequenas produções e consegue passar tempo de qualidade com os filhos. “Os meus sintomas visíveis causam distração mas nenhum deles causa dor", explicou o ator numa entrevista para a AARP The Magazine. "A única dor que sinto é nos meus pés, que por vezes ficam encolhidos devido às caibras que tenho enquanto durmo, por isso tenho sempre um par de sapatos bastante duros aos pés da cama.

Michael, conforme prometido não deixou de atuar ou se envolver com o mundo de Hollywood, após sua saída de Spin City. Ele passou atuar com dublagem em animações para personagens, tais como Stuart Little (2001, 2002 e 2006) e Milo, do filme Atlantis: The Lost Empire (2001).

Ele também fez uma ponta muito rápida e divertida no filme Viagem Sem Destino (Interstate 60, 2002), dirigido por Bob Gale, que também tem o Christopher Lloyd no elenco.

Outras participações foram em séries como: Clone High (2002), Scrubs (2004), Boston Legal (2006), Rescue Me (2009), The Colbert Report (2010), Curb Your Enthusiasm (2011), The Good Wife (2010-2015), The Michael J. Fox Show (2013-2014), sendo essa última uma série ficcional inspirada na vida real do ator. Ele não apenas tem a mesma doença de seu alter ego, um apresentador de TV chamado Mike Henry, como também é a pessoa com Parkinson mais famosa do mundo!

Michael Fox também já escreveu três livros, todos autobiografias com relatos que envolvem sua vida pós parkison:
  • Lucky Man - A Memoir, 2002 (traduzido livremente como Homem de Sorte, livro inédito no Brasil): Fox conta sua história desde o nascimento e a infância no Canadá, até a sua ascensão como ator, quando abandonou os estudos no último ano do ensino médio e partiu para Los Angeles. Ele também fala sobre o diagnóstico de mal de Parkinson precoce, e os anos que se sucederam até o ator revelar ao público sua doença, em 1998.
  • Um Otimista Incorrigível, 2009 (Editora Planeta do Brasil): nesse livro, Fox fala sobre sua experiência pessoal com o Parkinson, até a data de publicação do livro. O título foi retirado do famoso otimismo de Michael, em relação às situações que o rodeiam. O livro é dividido em quatro partes: trabalho, política, fé e família, que para ele são os pilares da felicidade.
  • Coisas engraçadas aconteceram no caminho para o futuro, 2011 (Editora Planeta do Brasil): Fox descreve o que, para ele, significou largar os estudos no último ano do ensino médio, e o que aprendeu ao longo de sua jornada para o estrelato e a aceitação (ou rendição, como fala) da doença de Parkinson. Fox também descreve seus heróis e como certas coisas que aprendeu na escola se aplicam para a vida em longo prazo.
ACESSE AQUI WWW.MICHAELJFOX.ORG
E FAÇA HOJE UMA DOAÇÃO PARA AJUDAR NA CURA DESSA DOENÇA!

Mais informações 

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...