quarta-feira, 11 de abril de 2018

Atuações NO LIMITE em Back to the Future


No último dia 06 de abril publicamos este lindo artigo homenageando a luta do ator Michael J. Fox contra o Mal de Parkinson (confira aqui). Hoje dia 11 de abril é comemorado o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson e não queremos passar totalmente em branco esta data.

Por isso hoje iremos fazer aqui um breve relato do quão NO LIMITE foram os dias que nosso querido "Marty McFly" passou atuando em Back to the Future (1985), que depois novamente reviveu estes dias de atuações no limite extremo do corpo nas sequências em Back to the Future Part II (1989) e Back to the Future Part III (1990) e como isso talvez PODE ter agravado para que sua Doença de Parkinson se desenvolvesse mais rápido?

Em uma entrevista à revista US Weekly Magazine, em 06 de abril de 2012, Michael J. Fox (na época com 50 anos, hoje 2018 com 56 anos) declarou:

Michael J. Fox na série de TV Family Ties, onde por um período de tempo ele teve que dividir os sets de filmagem desta sitcom com os sets de gravações nos estúdios da Universal, na Califórnia. Este sacrifício pode ter levado seu corpo no limite da saúde mental e física. Justamente para dar conta das gravações Fox dormia apenas 3/4 do dia.

"Eu voltei do feriado de Natal e fui trabalhar em Family Ties (Caras & Caretas, no Brasil e Quem Sai Aos Seus, em Portugal)... Naquela mesma noite (das filmagens de Back to the Future) eu já estava no estacionamento do shopping com faixas de pneus em chamas correndo entre as minhas pernas, e foi aí que todo o meu mundo mudou."


Michael sempre foi o primeiro da lista para ser o personagem Marty McFly no filme, porém por ele já estar fazendo a série de tv (sitcom) Family Ties os produtores acharam que nunca iriam conseguir fazer o filme dos sonhos. Steven Spielberg foi um dos homens que ajudou trazer Michael J. Fox de volta para seu lugar no futuro promissor em Back to the Future.

"Nos próximos meses acabei ficando com apenas três horas de sono por noite, porque eles tinham que entregar as gravações do filme naquele verão. (Enquanto nós estávamos filmando), eu pensei que eu tinha atrasado tudo. Eu realmente, realmente pensei mesmo que estava (com uma atuação/performance) terrível. Por tantas vezes eu estava praticamente inconsciente, porque estava muito cansado."

"(Ele) me ligou em Londres, onde eu estava fazendo Family Ties Vacation (Caras & Caretas de Férias) e eu entrei em pânico. Ele me disse: 'Acabei de assistir o filme' então eu disse: 'Sinto muito, vou fazer melhor da próxima vez.' E ele me respondeu: 'Não, você não está entendendo... Este será o maior filme do verão!"


Esta foto foi tirada no dia da premiere do filme Back to the Future Part II, em 20 de novembro de 1989, no lado de fora dos cinemas, em Universial City, California.

E como já sabemos do futuro, a predição do agente do Michael não poderia estar mais certa! Na época o filme arrecadou $351 milhões em abertura mundial e rapidamente se tornou o filme mais comentado e mais querido de ficção científica sobre viagens no tempo... de todos os tempos!

Então, não é pra menos, quando afirmamos que Michael J. Fox fez uma atuação excepcional, porque isso é a prova do seu comprometimento e acima de tudo de sua habilidade como ator. Suas atuações ficaram no limite do seu corpo e mente. Mesmo estando cansado e dormindo muito pouco, menos de 4 horas por dia, Fox fez um excelente trabalho, tanto em BTTF quanto em Family Ties!


Michael J. Fox não poupou esforços para gravar Back to the Future. Aprendeu andar de skate, aprendeu a fazer solos de guitarras e até cantou, não pera aí... Você sabia que na cena do baile ele não estava cantando de verdade? Quem fez dublou o áudio dele cantando foi na verdade Mark Campbell.

Em uma entrevista concedida na premiere de 30 anos do lançamento do filme, que ocorreu em Londres, Michael declarou que "Teria que ganhar muito para voltar àquele carro". Parece que o famoso DeLorean, na verdade, foi motivo de muita dor de cabeça para o ator, literalmente falando!

"Eu gostaria de ter um vídeo que mostrasse quantas vezes a porta daquele carro bateu no meu rosto. Também era horrível de dirigir. Eram somente duas marchas e minha mão sangrava... minha cabeça também. E eu ainda tinha que limpar tudo antes de ir gravar Family Ties", completa ele falando de como era doloroso as cenas dele com o carro (ok, vamos combinar que nem todas as cenas deviam ter sido ruins, por exemplo aquela cena do final do filme dele acelerando 88mph para chegar até a torre do relógio às 10:04 pm, deve ter sido bem legal gravar).

Por incrível que pareça, esta famosa cena acima - que poderia passar como uma cena simples - também precisou de um grande esforço do Sr. Fox. O problema é que sua estatura (baixa) não alcançava o mecanismo para ligar o pára-raio no carro e ligar o cabo no local indicado, então tiveram que improvisar uma mini plataforma para ele subir e ficar na mesma altura do carro. Só mais uma para sua coleção!

Será que este alto stress pode ter levado ele a exaustão do sistema nervoso? Fez seu corpo romper limites e chegar mais parte do fatídico problema do mal de parkinson?

A retribuição disso tudo é o legado que ele deixou (claro, sempre pensando no trabalho conjunto com toda a equipe envolvida na produção do filme BTTF), pois não é a toa que o filme conseguiu ficar imortalizado na cultura pop americana (e em nossos corações), sendo lembrado até mesmo pelo presidente dos Estados Unidos, na época da década de 80, Ronald Reagan, quando ele citou em seu pronunciamento a famosa frase "para onde vamos (para o caminho que os EUA estava seguindo), não precisamos de ruas".

Em um de seus pronunciamentos o então presidente da época (década de 80) Ronald Reagan disse "como foi dito no filme Back to the Future; para onde vamos não precisamos de ruas". Segundo dizem os boatos, enquanto estava passando o filme na tela de cinema o próprio presidente achou engraçada a cena da "piada" em que o Doc Brown pergunta ao Marty quem é o presidente em 1985 e após isso pediu para parar tudo e voltar a projeção da cena novamente, apenas para ele escutar novamente seu nome "Ronald Reagan?! O ator?! Há!"

Porém essa "prova de fogo no limite" voltaria acontecer nas sequências, Parte II e Parte III - pois foram filmadas em conjunto, entre os anos de 1989 e 1990. O ator canadense Michael J. Fox não foi poupado em nenhum momento! Mesmo ainda com vários dublês à sua disposição ainda existiam aquelas cenas de close up e como sabemos (através dos vídeos dos extras e making of) não foram usadas telas verdes ou azuis dos chroma key. Eram todos efeitos práticos: gente amarrada por cabos, sendo puxadas por guindastes, arremessadas para todos os lados e etc...

Na Parte II o personagem Marty McFly se esqueceu que o skate voador (hoverboard) não funciona em cima da água, somente se possuir baterias... ops, não, pera aí... só se tiver guindastes, gruas e cabos para te levantar e ficar pendurado!

Existem relatos que houve um gravíssimo acidente envolvendo uma das dublês na cena do acidente do hoverboard do Griff, na torre do relógio em 2015, onde a pessoa chegou a ter lesões na cabeça, braços e pernas. A cena ficou imortalizada no próprio filme, onde podemos ver ela batendo forte em uma das pilastras do prédio (e caindo no chão como um salame). A gente mesmo aqui no Blog BTTF já noticiou com detalhes este causo, aqui neste artigo (clique aqui). Ainda bem que tudo isso já foi resolvido e não houve nenhuma sequela à atriz.

E quanto ao Michael J. Fox? Aconteceu algum trauma severo durante as gravações da trilogia?

Sim, nesta cena na Parte III não teve dublê e Michael J. Fox foi praticamente enforcado de verdade, pois a cena precisava de um close up direto do rosto do personagem Marty McFly.

Existem boatos de que durante as gravações da Parte II ele já estaria com leves sintomas do Parkinson. Outros dizem que o gatilho da doença poderia ter começado na Parte III: na cena em que o Marty McFly foi enforcado pelo Bufford Mad Dog, Michael J. Fox poderia ter ficado um pouquinho a mais do tempo necessário e aí chegou até a desmaiar por alguns segundos. Sem contar que antes de chegar nesta cena do enforcamento ele foi arrastado (de verdade) pelas ruas de terra da antiga Hill Valley.

As causas do Mal de Parkinson ainda estão sendo estudadas (infelizmente sem cura) mas o que se sabe é que podem ser causadas por mutações genéticas, contato com agrotóxicos e/ou resíduos químicos, mas existe também um tipo de gatilho que pode acontecer por causa de traumas isolados ou repetitivos no crânio, além da falta de oxigenação no cérebroO Parkinson ocorre quando as células nervosas do cérebro que produzem dopamina são destruídas, lenta e progressivamente. Isso leva à perda da função muscular caucionando as famosas tremedeiras.

Para encerrar o texto e mostrar o quanto Michael J. Fox é insubstituível, diante de tanto esforço, vamos listar abaixo algumas coisas que ele improvisou e melhorou em relação com a atuação do Eric Stoltz:
  • Bater a cabeça na porta do DeLorean quando ele vê o Condomínio Lion em construção, em 1955 (a reação humorística que ficou na cena foi ideia dele, mas isso aconteceu pois o mecanismo da porta asa-de-gaivota do carro sempre falhava e ele realmente sempre batia a cabeça - leia mais detalhes nos parágrafos acima)
  • Tropeçar na porta do celeiro do Sr. Peabody na hora que ele dá um tiro nele, em 1955
  • Cair no chão ao vestir a calça jeans na cena com a Lorraine no quarto, em 1955
  • Aquela reação de cuspir a bebida ao ver a Lorraine fumando dentro do carro (fizeram até uma pegadinha nos bastidores, onde colocaram bebida de verdade na garrafa e ele tomou)
  • O soco de direita que ele dá no Biff, na Cafeteria do Lou, naquela reação dele balançar a mão como se realmente tivesse doido na hora do soco (dizem que nesta cena do soco ainda dá pra ver o rosto do Eric Stoltz)
Então é isso, viajantes no tempo, o que vocês acham disso? Gostaríamos de saber sua opinião! Escreva para nós e não deixa de clicar no "like" e "compartilhar" com seus amigos e familiares.

Obrigado pela leitura até aqui!

Vida longa e próspera... não pera aí... Que a força esteja com... não, não... Ao infinito e a...
Ops, acho que me enganei... Ah agora sim me lembrei:
Nos vemos no futuro!

Fontes: US Weekly MagazineWe Don't Need Roads: The Making of the Back to the Future Trilogy, por Caseen Gaines e Coluna F5/Folha de S.Paulo

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