segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Como Back to the Future influenciou o cinema e a cultura pop do século 21

"Aqui está a resposta"

"Great Scott!" foram as últimas palavras de Doc Brown antes de desmaiar no final de um dos (provavelmente) melhores cliffhangers da história do cinema em Back to the Future II (De volta para o Futuro 2 no Brasil e Regresso ao Futuro 2 em Portugal). 

Cliffhanger, na tradução literal para a língua portuguesa “à beira do precipício”, é um recurso de roteiro utilizado em ficção, que se caracteriza pela exposição do personagem a uma situação limite, precária, tal como um dilema ou o confronto com uma revelação surpreendente e que faz o público voltar na expectativa de testemunhar a conclusão dos acontecimentos.

A viagem no tempo, é claro, não era um conceito novo para contar histórias nem mesmo em 1985. Cerca de 90 anos antes, H. G. Wells já tinha contado a história de um cientista que sonhou em quebrar os limites do tempo em A Máquina do Tempo (The Time Machine, 1895), e 14 anos antes dele, o escritor Edward Page Mitchell cunhou o conceito de usar uma máquina que ultrapassasse a barreira do tempo em The Clock That Went Backward (1881).

Todavia, na década de 80, Bob Gale, Robert Zemeckis e Steven Spielberg nos deram uma nova visão sobre obras de viagens no tempo e, dessa forma, foi desencadeada uma mudança cultural no cinema e na televisão que perduram até hoje. O primeiro filme foi um sucesso estrondoso e, após arrecadar 210 milhões de dólares nos Estados Unidos e mais 173 milhões ao redor do mundo, as sequências pareciam bem óbvias. Mas a verdade é que os filmes daquela época não eram tão manipulados, como são atualmente, para serem vendidos como franquias. 

O final brilhante da primeira aventura, onde Doc Brown chama o Marty e a Jennifer para conhecer o futuro de 2015, não foi meticulosamente planejado (financeiramente falando) para se ter uma sequência. Os produtores apenas queriam brincar com o espectador, deixando em aberto para que sonhássemos como seriam as próximas viagens ao futuro ou passado (mas nunca foi a intenção inicial filmar as partes 2 e 3). Com os grandes lucros de Back to the Future 1, se tornou inevitável encomendar as duas sequencias, as quais (ai sim) foram planejadas e calculadas para serem uma trilogia (termo um pouco esquecido hoje pelas produtoras, pois se algo faz muito sucesso não permanece em apenas 3 filmes). 

Agora, pense no cliffhanger no final de Back to the Future II, onde o Marty volta correndo e diz que veio do futuro para o Doutor Brown, o qual desmaia e aparece o "TO BE CONTINUED..."! Antes desse, quantos filmes haviam ousado tanto no cinema (deixando um final incompleto) e pontuando a trama de forma episódica, para que você ficasse desesperado por assistir a sequência e concluir a aventura no próximo capítulo? Pouquíssimos! E note como isso funcionou maravilhosamente bem em uma trama de viagem no tempo. Agora reflita nos anos recentes: quem "bebeu" dessa mesma fonte e faturou milhões de dólares? Franquias como Matrix, Senhor dos Anéis e todo o Universo Marvel mandam lembranças...

E além disso, para entender o impacto da trilogia Back to the Future na cultura pop em meados dos anos 80 e início dos 90, precisamos conhecer a variedade de entretenimento que as crianças daquela época tinham em mãos até então. Não existia internet, muito menos YouTube. Os vídeo games estavam apenas engatinhando. E haviam bem poucos filmes de super-heróis (que gostamos tanto agora). Tínhamos apenas o grande Christopher Reeve interpretando Superman e, depois, o Batman de Michael Keaton. Já na ficção tínhamos Star Wars, Stak Trek, Indiana Jones, Ghostbusters, Exterminador do Futuro e Mad Max, para citar apenas os mais icônicos.

Aliás, um nicho que não se pode ser esquecido é dos filmes policiais e toda a sua diversidade: policial comediante, policial camarada, policial corrupto, policial ocidental, policial secreto, robô policial e, é obvio, um policial viajante do tempo. Se houver um tipo específico de policial neste mundo, eu lhe asseguro, há um filme sobre ele.

Enfim, hoje depois de mais de 10 anos de Blog, conheci muitos e muitos fãs da trilogia e fiz amizades verdadeiras e, para cada um deles, Back to the Future influenciou de forma específica um aspecto de sua vida. Alguns me disseram que a trilogia os fez interessados em ciência e livros (programas como X-Tudo, Beakman, 'O Professor' eram imperdíveis no Brasil); outros que os fez se concentrar em Comic Books (contos do espaço e alienígenas); outros que os motivaram a assistir novos programas como Arquivo X (X-Files), para ter a chance de ver algo incomum e estranho; outros se interessaram por carros (graças a mais bela máquina do tempo da história, o Delorean), música (Rock 'n Roll baby, os seus filhos vão adorar!) e até por esportes radicais (como skate e quem sabe os hoverboards). Mas independente das diferenças, havia uma coisa que todas as respostas pareciam ter em comum: "Amar a ficção Back to the Future".

Agora, pergunto-lhes: foi somente a história de Back to the Future a única razão do sucesso do sci-fi na televisão e no cinema? Claro que não, afinal antes/depois do Doutor Brown já haviam/surgiram muitas histórias do tipo. Mas Back to the Future despertou em uma geração inteira um tipo de curiosidade, uma sede pelo fantástico, de forma divertida, inspiradora e acessível (afinal qualquer pessoa podia se espelhar no herói Marty McFly, um simples garoto), que as empresas de entretenimento não poderiam deixar de lado.

Hoje em dia, porém, uma grande quantidade de membros dessa indústria estão por aí dizendo que é um momento terrível para filmes, argumentando que não há mais um processo criativo, reciclando fórmulas e franquias, e que tudo é mais do mesmo. Pode haver alguma verdade nessa afirmação, mas você não pode negar que há grandes opções para cada público como nunca antes visto.

E você, como Back to the Future influenciou sua vida? E o que você acha que a trilogia influenciou na cultura pop? Comente aqui!

Um comentário:

  1. influenciou no fato se que tudo que eu realmente quero eu consigo.
    ass Tyago de Boer

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